O suplemento de creatina é muito utilizado por praticantes de atividades físicas, esportistas e atletas. Ele melhora o desempenho físico e auxilia na recuperação muscular pós-treino.
Atualmente, existe uma ampla variedade de marcas e tipos disponíveis no mercado, alguns que inclusive não se encontram no padrão estabelecido pela Anvisa. Dessa forma, escolher um produto de qualidade pode gerar dúvidas.
Para entender melhor sobre quais critérios devem ser avaliados na hora da compra do suplemento, o Portal iG conversou com a nutróloga Mariana Valini Monteiro .
De acordo com a especialista, o primeiro passo é verificar se o produto é fabricado por uma marca confiável e se contém a forma monohidratada da substância, considerada a mais eficaz e segura.
“A creatina tem que ser monohidratada, com o selo de pureza Creapure. É ele que garante que o suplemento é 100% puro, sem misturas com bicarbonato ou outros componentes que antes eram relacionados às queixas ao uso da creatina, como inchaços. Mas esses efeitos estavam mais associados à outros componentes do que a creatina em si ”, explica.
Mariana ainda destaca que a origem do produto é um ponto a ser observado na escolha do suplemento. Produtos que possuem o selo Creapure indicam que o fabricante assegura a pureza total do composto, o que indica que são de qualidade.
“A fiscalização de suplementos alimentares pela Anvisa é feita pós-mercado, ou seja, [com] o produto já no mercado e eles fazem auditorias para avaliar se o que está no rótulo é de fato o que está sendo entregue. Esse tipo de fiscalização permite que muitos produtos cheguem ao mercado e sejam disponibilizados para venda sem de fato terem o que eles estão se propondo ali na embalagem. Então, quanto mais a gente conseguir procurar fabricantes conhecidos e marcas idôneas que sejam conscientes e responsáveis pela pureza do produto, melhor” , reforça Mariana.
Cuidados na hora de escolher as versões do suplemento
Perguntada se existem diferenças significativas entre a creatina em pó, cápsulas ou outras versões comercializadas, a nutróloga destaca que a forma em pó ainda é a mais confiável, já que boa parte das versões alternativas não possui certificação de pureza.
“Independentemente da apresentação, o consumidor deve verificar se o produto contém a creatina monohidratada e possui o selo de pureza” , recomenda.
Além da certificação da Anvisa, Mariana Valini Monteiro ainda reforça que o consumidor deve observar outros indicadores de segurança no rótulo da produto.
“Ao comprar um suplemento alimentar, além de procurar uma marca reconhecida, é importante olhar sempre os ingredientes. No caso da creatina monohidratada, a única coisa que deve ter como componente é só a creatina monohidratada. Além disso, é preciso verificar o lote, a data de fabricação, a data de vencimento e o contato do fabricante, caso seja necessário entrar em contato”.
A especialista também orienta a buscar suplementos que possuam selos de validação contratadas pelas próprias fabricantes, principalmente aqueles utilizados por atletas, como Informed Choice, Informed Sport e NSF Certified for Sport.
Esses selos, segundo a nutróloga, atestam que o produto foi testado e está livre de contaminantes, como metais pesados.
Atenção para versões falsificadas
Para identificar creatinas falsificadas ou de baixa qualidade, a nutricionista orienta que o consumidor observe se o produto possui o mínimo de ingredientes possível, ou seja, apenas creatina monohidratada pura.
“Tem que ter rótulo de boa qualidade, o número de registro na Anvisa, o contato do fabricante. Além disso, outra forma de identificar falsificações é o preço muito abaixo do normal. Todas as vezes que você se depara com produtos que tenham uma diferença de preço muito grande dos produtos fabricados por marcas idôneas, já levanta suspeita quanto a qualidade, visto que a matéria prima para produção da creatina é cara” , explica.
Consumo da creatina
Por fim, a especialista afirma que, independente do objetivo, seja para melhorar o desempenho físico ou cognitivo, todas as pesquisas científicas sobre o uso de creatina foram realizadas com a versão monohidratada.
Por isso, ela reforça que a escolha deve sempre priorizar a creatina monohidratada com selo de pureza, qualidade comprovada e fabricada por marcas confiáveis.
É importante destacar que a Anvisa alerta que os suplementos alimentares não são medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças.
Os suplementos são destinados a pessoas saudáveis. Ou seja, a finalidade é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.