
No Brasil, a expectativa de vida teve um aumento após a pandemia. Apesar disso, o cenário ainda é o mesmo, histórico: homens vivem menos que mulheres.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ), a média de vida dos homens é cerca de sete anos menor do que a das mulheres.
Essa diferença não está relacionada apenas a fatores biológicos, mas também a comportamentos de risco, como consumo excessivo de álcool, tabagismo, alimentação inadequada, maior exposição à violência e baixa adesão ao autocuidado.
De acordo com o Ministério da Saúde, o sexo masculino apresenta taxas de mortalidade superiores na maioria das causas de morte e em praticamente todas as faixas etárias até os 80 anos.
Além disso, o risco de morte por doenças crônicas não transmissíveis, especialmente cardiovasculares e respiratórias, é de 40% a 50% maior entre os homens.
Esse risco aumenta ainda mais entre aqueles que levam um estilo de vida sedentário e que não possuem práticas de saúde corretas.
Como amenizar os riscos?
A adoção de hábitos saudáveis, a prática de atividade física regular, a alimentação balanceada e o uso moderado de bebidas alcoólicas são importantes para diminuir estes riscos.
Além disso, o diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento eficaz.
Exames de rotina também não podem ser descartados. Aferir a pressão arterial com frequência e monitorar os níveis de colesterol ajudam a prevenir doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.
Testes para infecções sexualmente transmissíveis, como HIV, hepatite B (HBsAg) e hepatite C (anti-HCV), também devem fazer parte do acompanhamento.
Próstata: perigo sempre
Homens com mais 50 anos que apresentarem sinais de problemas na próstata, como dificuldade para urinar, jato fraco ou sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, devem procurar ajuda médica.
Esses sintomas podem estar relacionados a outras condições, como infecções urinárias. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Ações que ampliam o cuidado com a saúde do homem
O Ministério da Saúde afirma estar ampliando estratégias para incentivar os homens a procurar os serviços de saúde e adotar hábitos preventivos.
Entre as principais medidas anunciadas estão:
Realização das consultas Pré-natal do Parceiro, que oferece informações e suporte aos homens, para que a partir desse contato os homens acessem os cuidados em saúde;
A adoção de ações voltadas à saúde em locais amplamente frequentados por homens, como campos de futebol, bares, fábricas, oficinas, praças e obras da construção civil;
Ampliação do horário de atendimento das Unidades Básicas de Saúde ( UBS ) por meio do programa Saúde na Hora;
Grupos de discussão sobre masculinidades, cuidado e saúde;
Oferta de um atendimento humanizado e acolhedor, de forma que amplie o acesso dos homens a informações sobre medidas preventivas contra agravos e enfermidades mais comuns na população masculina;
Abordagem com enfoque nos princípios de humanização que implicam na promoção, reconhecimento e respeito aos direitos dos homens, obedecendo às suas peculiaridades sócio-culturais;
Busca ativa de homens na comunidade, orientando-os sobre a importância e a necessidade dos cuidados com a saúde;
Desenvolvimento de ações que promovam vínculos entre usuários e unidades de saúde, com foco na promoção e proteção da saúde.