Homens morrem mais que mulheres a partir dos 20 anos: é o que afirma o primeiro boletim epidemiológico dedicado à saúde masculina, divulgado pela Diretoria de Vigilância em Saúde de Porto Alegre.
O levantamento, publicado na terça-feira (25), reúne dados de 2015 a 2024. Ele apresenta informações populacionais, demográficas, de cobertura vacinal e de riscos que afetam diretamente a população masculina.
Embora os dados mostrem que existem mais meninos na infância e adolescência (0 a 19 anos), a partir dos 20 anos essa relação se inverte e se acentua especialmente após os 50 anos, quando as mulheres passam a ser maioria na capital gaúcha.
O boletim também destaca uma redução expressiva nos nascimentos masculinos. Em 2024, foram registrados 6.571 meninos nascidos vivos, uma queda de 35% em relação a 2015, quando houve 10.128 registros.
Já no campo da mortalidade, o cenário se inverte. Os homens apresentam as taxas mais elevadas em todas as faixas etárias, com um grande aumento durante os anos da pandemia de Covid-19.
Causas das mortes
No período analisado, o município registrou 62.336 mortes masculinas, principalmente por neoplasias (13.625), doenças do aparelho circulatório (13.040) e causas externas, como acidentes e violências (7.639).
Entre os tipos de câncer, os de pulmão e próstata se destacam. As doenças cardiovasculares também impactam de forma significativa na mortalidade masculina e estão muitas vezes associados a fatores de risco que podem ser mudados, como sedentarismo, alimentação inadequada, tabagismo e excesso de peso.
Agressões e outros motivos externos
O boletim também mostrou que as causas externas têm impacto relevante entre homens jovens. Entre 2015 e 2024, as agressões lideraram o ranking de mortes masculinas com 4.109 registros.
Em seguida aparecem quedas (949) e lesões autoprovocadas (892), ambas com aumento após 2020.
Os acidentes de transporte somaram 853 óbitos e mostram tendência de redução ao longo da série histórica.
A mortalidade por causas externas é maior entre homens de 20 a 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39 e de 15 a 19 anos, diminuindo nas faixas etárias mais avançadas.