Ok, até aí tudo bem, mas e na hora de comprar a carne, o que fazer? Quem responde essa questão é o especialista em marketing da divisão de Carnes da JBS, Maicon Teles. “Grandes mestres costumam dizer que não existe carne de primeira ou de segunda. O que existe é um preparo de primeira ou de segunda categoria”, afirma. “Atualmente, todo mundo encontra as carnes porcionadas já separadas por corte, com opções de tamanho e peso, com mais ou menos gordura, em diferentes graus de maturação”, conta.
Existem duas técnicas principais para o preparo do churrasco, uma com calor direto
e outra com indireto
. Fred explica que na forma mais comum, a carne recebe a energia diretamente da fonte de calor. “Fica tostada por fora e relativamente crua por dentro. Indicada para cortes de menor espessura e volume como postas de contra-filé e picanha, ou a fraldinha, que já é mais fina”, diz.
Foto: Thinkstock/Getty Images
Existem duas formas principais de assar a carne
Já no calor indireto, a carne fica mais afastada da fonte de energia. Dessa forma, o calor penetra de forma gradual, atingindo o centro da carne enquanto a parte externa forma uma crosta que retém os sumos. “Este processo é indicado para pedaços maiores, como picanha inteira, ou cortes com mais colágeno e gordura entremeada, como short ribs (acém com osso), cupim, costela e peito”, aconselha.
Nada de eleger um “voluntário” para ficar na churrasqueira
, Fred diz que isso nunca dá certo. O churrasqueiro
deve sentir prazer no que faz. Para os inexperientes, a principal dica é deixar as chamas com uma boa distância, a churrasqueira pode ser descartável
, mas o fogo precisa estar bem distribuído. “Uma grelha que custou caro, mas não funciona bem pode arruinar a melhor carne. Enquanto que um espeto sobre tijolos pode realizar maravilhas quando bem pilotado”, relata.
Cortes
A preferência dos brasileiros está nos cortes mais tradicionais como picanha, contra-filé e fraldinha. Segundo Maicon, são mais rápidos e fáceis de preparar e é uma escolha perfeita para os novatos. Porém aos poucos você pode ir se aperfeiçoando e saindo do convencional.
“Assim como está ocorrendo com a cerveja, onde as pessoas estão descobrindo novos sabores e padrões, os cortes do churrasco também estão evoluindo. A tendência são as carnes de preparo mais elaborado, que levam mais tempo na grelha”, expõe Maicon.
Erros comuns
Não confunda sal com sabor! O erro mais comum é exagerar na quantidade de sal.
Fred conta que ao usá-lo em excesso a carne desidrata. “Coloque pouco sal grosso enquanto assa e depois acerte com sal fino para quem curte mais salgado. Escolha o tipo certo de sal: o grosso para pedaços grandes, triturado para pedaços médios e fino para pequenos cortes ou bifes”, indica o chef-churrasqueiro.
Foto: time out
Não confunda mal passada com carne suculenta
Outro equivoco é achar que para o churrasco é preciso ser assado a uma temperatura
muito elevada. “Isso queima a carne por fora, desidrata os sumos e a deixa crua por dentro”, diz Maicon. Se a carne ficou suculenta, isso não significa que está mal passada. “O correto é grelhar no calor médio e usar os sumos da carne como referência”, completa.
+ Virar a carne seguidas vezes reduz tempo na grelha. Teste no churrasco
Para se aventurar na grelha não é preciso de muita coisa, basta ficar atento a essas dicas, reunir a galera, comprar o carvão e a carne e mostrar porque o churrasco é uma das paixões nacionais.