Medicamento é usado no tratamento da disfunção erétil
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Medicamento é usado no tratamento da disfunção erétil

A tadalafila é um medicamento conhecido por ser usado no tratamento da disfunção erétil, mas ainda levanta dúvidas sobre os riscos voltados à saúde.

O que é a tadalafila?

A tadalafila é um medicamento via oral indicado para o tratamento de problemas de saúde como a disfunção erétil, da hiperplasia prostática benigna e da hipertensão arterial pulmonar. Devido à  eficácia e longa duração, se tornou uma das opções mais procuradas para o tratamento dessas condições.

O fármaco atua como um inibidor da enzima fosfodiesterase tipo 5 ( PDE5), que degrada o monofosfato cíclico de guanosina ( GMPc). 

Ao bloquear essa enzima, ele promove o relaxamento dos vasos sanguíneos e melhora o fluxo de sangue em determinadas regiões do corpo, como o pênis. Esse mecanismo acaba facilitando a ereção.

Segundo a Hapvida, a tadalafila é prescrita para casos de hiperplasia prostática benigna, ajudando a aliviar sintomas como dificuldade para urinar e sensação de bexiga sempre cheia.

Além disso, o medicamento também pode ser usado no tratamento da hipertensão arterial pulmonar, onde atua reduzindo a pressão nos vasos sanguíneos dos pulmões e melhorando a capacidade de esforço físico.

A principal característica da tadalafila é sua longa duração de efeito. Enquanto outros inibidores da PDE5 atuam por aproximadamente 4 a 6 horas, a tadalafila pode manter sua ação por até 36 horas, oferecendo um intervalo mais amplo de eficácia.


Tadalafila e os riscos para a saúde

Por atuar diretamente nos vasos sanguíneos, a tadalafila também influencia o sistema cardiovascular.

Apesar de não alterar diretamente a frequência ou a força dos batimentos cardíacos, o uso da tadalafila exige cautela em pessoas com problemas cardíacos graves ou que utilizam nitratos, pois a combinação pode causar uma queda perigosa da pressão arterial.

Para quem tem hipertensão controlada, o medicamento costuma ser bem tolerado sob prescrição médica, podendo até ajudar a reduzir levemente a pressão. Porém, em casos de insuficiência cardíaca, infarto recente ou uso de medicamentos vasodilatadores.

Além disso, o acompanhamento médico é indispensável para assegurar que o tratamento seja seguro, adequado ao quadro de cada paciente e livre de riscos desnecessários.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a atividade sexual pode representar um risco cardíaco potencial para pessoas com doenças cardiovasculares pré-existentes.

Por isso, tratamentos para disfunção erétil, como a tadalafila, não devem ser utilizados por homens que possuem condições cardíacas. Nesse caso, o uso do medicamento para atividades sexuais é desaconselhável.

A Anvisa também alerta para a possibilidade de eventos adversos graves, especialmente em pacientes com histórico de problemas cardiovasculares. Entre os riscos, estão:

Eventos cardiovasculares sérios, incluindo infarto do miocárdio, morte súbita cardíaca, acidente vascular cerebral ( AVC), dor no peito, palpitações e taquicardia (aceleração dos batimentos cardíacos).

Também podem ocorrer diminuição da pressão arterial (hipotensão), principalmente em pacientes que utilizam medicamentos para hipertensão. Por isso, o uso conjunto com nitratos é expressamente contraindicado, devido ao risco de hipotensão grave. 

Em contrapartida, também pode ocorrer a elevação da pressão arterial (hipertensão) e episódios de desmaio.

Outros efeitos menos comuns, mas de atenção médica imediata, incluem ereção dolorosa e prolongada (superior a quatro horas) e perda súbita da visão ou audição, às vezes acompanhada de zumbido nos ouvidos e tontura.

Entre as reações adversas mais frequentes, destacam-se dor de cabeça, vermelhidão facial, congestão nasal, tontura e desconforto estomacal.

Alerta quanto o uso recreativo e sem supervisão médica

A Anvisa alerta que o uso recreativo e sem orientação médica de medicamentos que contêm inibidores da PDE5, como a tadalafila, vem crescendo no Brasil, especialmente nas redes sociais, impulsionado pela busca por melhora estética em academias ou aumento do desempenho sexual e físico.

O órgão ressalta que não há comprovação científica de eficácia ou segurança para essas finalidades e que o uso indevido pode causar efeitos adversos graves, inclusive reações ainda desconhecidas, semelhantes às observadas com o uso de substâncias ilícitas.

A Sociedade Brasileira de Urologia ( SBU) acrescenta que, embora o medicamento não cause dependência química, o uso frequente pode levar a uma dependência psicológica.

Nesse caso, o indivíduo passa a associar seu desempenho sexual ou físico à medicação, o que pode prejudicar a autoconfiança e impactar negativamente a saúde mental e sexual.

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