
O câncer de próstata não afeta apenas os homens idosos. Um artigo da USP divulgado essa semana fez esse alerta para orientar a população.
O texto também reforça que não é apenas o exame chamado de PSA que identifica a doença.
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Idade mais vulnerável
O artigo explica que embora a incidência seja maior em homens acima de 50 anos, os de uma faixa etária menor também correm riscos.
Além disso, o médico urologista Maurício Cordeiro, coordenador no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e assistente da Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (referência em cirurgia robótica e laparoscópica urológica), explica no artigo que a incidência maior dos casos acontece nesta faixa etária, porque a partir dos 50 anos de idade os homens já apresentam um risco significativo de desenvolver esse tipo de tumor maligno.
Ele também esclarece que a ideia de que apenas o exame de PSA é capaz de identificar o câncer de próstata, não está correta.
Embora seja um teste importante, Cordeiro destaca que já houve casos de diagnósticos em pacientes com PSA dentro da normalidade, e que foram detectados por meio do exame de toque.
Por isso, a recomendação é a realização dos dois exames, já que um não substitui nem descarta o outro.
Maurício Cordeiro também explica que o tratamento da doença pode envolver riscos de complicações, principalmente quando há necessidade de remoção total da próstata (prostatectomia radical) ou indicação de radioterapia.
O procedimento da retirada total da próstata pode ocasionar em perdas involuntárias de urina, que mesmo o risco tendo sido reduzido com o uso de tecnologias modernas, como a cirurgia robótica, ainda pode ocorrer. E outra complicação temida é a disfunção erétil no pós-operatório.
Segundo o especialista, mesmo para tais casos hoje já existem tratamentos, como, a implantação de uma prótese peniana. E que a cirurgia robótica tornou o procedimento menos invasivo e mais preciso.
Campanha de conscientização
Durante o mês de novembro, a campanha “Novembro Azul” promove a conscientização sobre a saúde masculina em todo o país.
O objetivo é alertar para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, o tipo mais comum entre os homens brasileiros, depois do câncer de pele não melanoma.
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se 71 mil novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025 no Brasil.
E ainda segundo o artigo divulgado pela USP, no Brasil, a mortalidade dos casos pode chegar a 17 mil homens ou mais, o que dá uma morte a cada 30 ou 40 minutos.
Quando detectado em estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Nessa fase, podem surgir dores ósseas, dificuldade ou dor ao urinar, sangue na urina e no sêmen.
Por isso é fundamental a realização de exames preventivos, como o exame de sangue PSA e o toque retal.
Além disso, mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou dos 50 anos, sem fatores de risco, devem procurar um urologista para discutir a realização dos exames.