De todas as situações vividas no estabelecimento da família, a mais marcante para o professor foi quando um homem sofreu um infarto nas dependências do local e ele teve que ajudar a avó a colocá-lo dentro do carro e correr para o hospital. “Eu era muito novo, tinha uns 12 anos na época. A mulher que estava com cara que teve o infarto era a comadre dele, ela estava desesperada, chorando, gritando. Isso me marcou bastante”, conta.
Fabrício diz que viveu uma outra situação também marcante quando era mais novo.
“Uma mulher tentou me matar com um gargalo de garrafa quando eu fui levar um salgadinho para ela. Essa é uma das lembranças mais vívidas que eu tenho da minha infância no motel”, fala.
Foto: Arquivo pessoal
As histórias que Fabrício contou sobre o motel que fica em Belém do Pará fizeram sucesso no Twitter
Com tantas histórias diferentes para contar, o jovem foi incentivado pelos amigos a detalhar o que já tinha vivido e presenciado no Twitter. No começou ele resistiu, mas de forma despretensiosa resolveu revelar as histórias mais marcantes.
“Não imaginei que teria essa repercussão, teve até uns desentendimentos familiares porque estou expondo essas coisas, teve coisa que eu não poderia ter escrito, então tive que apagar (risos). Aqui em Belém as pessoas estão me parando, pedindo foto. Acho que isso está acontecendo porque as pessoas têm interesse em saber o que rola em motel e a maior parte da minha vida foi dentro de um”, diz o professor.
Quer saber mais dos bastidores do local? Então confira as principais histórias que Fabrício divulgou no Twitter e já somam mais de 28 mil curtidas:
1. Saliência era o nome dado pela minha vó a sexo. Sempre ouvi altos gemidos pelo corredor desde novinho, mas só descobri o que era sexo a partir da interferência do sinal dos canais pornôs na TV de casa. Enquanto alguns viam TV Globinho, meu programa favorito era ver Sexy Hot quando não tinha ninguém em casa. Com uns 5 anos descobri o que eram os gemidos que eu ouvia e o que as pessoas faziam peladas. Reunia com minhas primas, e ficávamos bestializados na frente da TV.
Com uns 5 anos descobri o que eram os gemidos que eu ouvia e o que as pessoas faziam peladas
2. Com uns 8 anos de idade, estava na gerência enquanto minha mãe trabalhava, uma hóspede tinha pedido um salgado e fui entregar pela porta da recepção. A mulher ‘tava’ drogadona, puxou meu braço e ia me cortar com um gargalo de garrafa, pois ela queria dinheiro. Comecei a gritar, minha mãe me puxou com tudo e começou a chorar abraçada comigo. Esta foi a única tentativa de assassinato que sofri no motel. Amém.
3. Primeira morte da thread: um cara teve um AVC no quarto. Ele era casado e estava acompanhado da comadre. A mulher implorou ‘pra’ minha vó tirar ele de lá, para que não descobrissem o caso deles. Acompanhei minha vó levando esse cara ao hospital. Quando chegamos lá, ele já estava morto. Vovó explicou o que tinha acontecido para o pessoal do hospital e saímos correndo de lá, para não sermos os acompanhantes. Se o caso foi descoberto pela esposa e família, não fazemos ideia.
4. O foragido da polícia: havia um cara que entrou no motel e permaneceu 45 dias sem sair de lá. Ele entrou com a mesma roupa que saiu, com a barba e o cabelo grande demais e não deixava ninguém limpar ou entrar no quarto. Mas o [que foi] realmente estranho ainda está por vir. As prostitutas da BR passaram a negar o pedido de atendê-lo. Segundo elas, ele era macabro demais, imundo e não valia a pena o dinheiro que ele dava a elas, pois o medo delas era maior.
Após 30 dias de permanência, as camareiras convenceram ele a trocar de quarto. Haviam mais de 20 toalhas sujas e 15 lençóis. O banheiro estava só lixo, repleto de vermes (tapuru). As paredes estavam manchada de cuspe, tiveram que ser lavadas com jatos d'água. Ele saiu correndo de lá após ser enquadrado por uma camareira curiosa que interrogou ele em busca de respostas. Não sabemos do que ele estava se escondendo, mas estava extremamente amedrontado e surtado.
Meu pai era cliente do motel e passou a dar em cima da mamãe que trabalhava na gerência até então
5. Papai: meu pai era cliente do motel e passou a dar em cima da mamãe que trabalhava na gerência até então. Ela cedeu e conheceu ele melhor, começaram a namorar e tudo. Só vim ao mundo por causa dos flertes do motel.
6. O cliente favorito das funcionárias: um cara extremamente carente que ia quase todo dia ao local. Ele dava R$ 100 ‘pra’ qualquer funcionária apenas conversar com ele, não tentava ou insinuava nada, era quase uma terapia. Todas amavam ele.
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7. A melhor parte de morar
no motel é eu poder comer quando eu quiser. Sempre posso pegar refrigerante e afins, assim como, usar a cozinha do motel
que é 24 horas por dia. Meu único empecilho é a mamãe que fica atenta.