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“A paternidade é o meu jogo e eu jogo para ganhar”: conheça a história do homem que não fala de esporte, mas, sim, de como é ser pai

Futebol é um dos assuntos mais comuns no universo masculino. É clássico ouvir perguntas do tipo: “Você viu o jogo?” ou “Sabe o placar?” para quebrar o gelo ao encontrar amigos e conhecidos. Supostamente essa é a maneira mais fácil de puxar assunto com um homem, mas por não ter afinidade com esportes, Nevin Martell se sentia meio excluído e não conseguia entrar nas conversas. A situação só mudou quando nasceu o primeiro filho do pai de família.

Pai de família fala sobre paternidade para fugir de assuntos esportivos
Thinkstock/Getty Images
Pai de família fala sobre paternidade para fugir de assuntos esportivos


Em reportagem do jornal "The Washington Post", Nevin conta que a falta de interesse por esporte tem um fundamento. “Meus pais não eram fãs de esportes e não possuíamos televisão por uma decisão filosófica. Por isso, não assistia ao Super Bowl, por exemplo, e meus pais nunca me levaram a um evento esportivo profissional”, diz o pai de família .

Outras prioridades

Para ele, isso não era um problema já que estava mais interessado em ler, brincar com Legos e preocupado com as coleções de soldadinhos de chumbo da Primeira Guerra Mundial, de conchas das praias que visitou e gibis menos conhecidos. Nevin afirma que, no mundo dos atletas, ele era classificado como um típico nerd.

Durante a infância , a mãe dele tentou incentiva-lo a praticar esporte s com a justificativa que era trazer benefícios a saúde, mas ele não gostou e não se enquadrou em nenhuma das modalidades que tentou – futebol, basquete e arremesso de peso e disco.

Ironia do destino

O tempo passou e o destino resolveu pregar uma peça. “Ironicamente, acabei casando com uma mulher que se destacou no esporte ao longo de sua vida. Alguns de seus recordes no atletismo ainda estão pendurados nas paredes de casa”, revela Nevin.

Ele continua dizendo que a esposa acompanha todos os Jogos Olímpicos e as Copas do Mundo  e ocasionalmente ele acaba indo com ela a esses eventos, mas confessa que passa a maior parte do tempo olhando para o celular.

“Eu não tinha percebido o quanto a minha antipatia por esportes iria me afetar negativamente o meu convívio social, até depois da faculdade. Em situações sociais e profissionais, eu aprendi rapidamente que era incapaz de sequer fingir interesse sobre que estava acontecendo na ESPN, muito menos ter uma conversa sobre isso”, desabafa.

Masculinidade

Muitas vezes, Nevin se sentiu mal por não conseguir entrar nos assuntos com outros homens. “Quando não conseguia interagir me sentia, por um momento, menos viril, até que lembrei que não tinha necessidade de relacionar o senso de masculinidade com saber as melhores estratégias para a elaboração de um time de futebol”, diz.

Mudando de assunto

Tudo mudou no início de 2013, quando Zephyr, o primeiro filho de Nevin nasceu. “Eu tinha novo terreno comum com outros homens para explorar: a paternidade . Pensei muito sobre o que significava ser um pai e quis discutir a experiência com os outros. Além disso, havia tantos momentos engraçados do meu filho que eram perfeitos para iniciar uma conversa”, expõe.

Nevin diz que, atualmente, quando alguém pergunta algo relacionado a esportes ele rapidamente vira o tema da conversa para algo que acha mais confortável. “Se me perguntam se vi o jogo no domingo, logo eu respondo que o único jogo que eu vejo aos fins de semana envolve um grupo de pais que tentam convencer os seus pequeninos para chutar uma bola em um gol”, conta.

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O pai de família diz que está treinando a equipe de futebol do filho há três temporadas. Mesmo assim, ele afirma que nunca será fã de esportes, mas sempre será fã do filho em qualquer esporte que ele quiser praticar. “A paternidade é o meu jogo e eu jogo para ganhar”, finaliza.

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