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João Luiz Platzer, de 51 anos, perdeu o cabelo com apenas 19 anos e, desde então, passou a usar boné diariamente por sentir vergonha, mas, depois de realizar esse procedimento ainda pouco explorado, a vida dele mudou

A falta de cabelo é algo que pode mexer, e muito, com a autoestima de um homem. O mecânico João Luiz Platzer, de 51 anos, é uma prova disso. Por uma questão hereditária, já aos 19 anos ele começou a perder o cabelo e passou a ter vergonha do seu visual. Chegou a tentar diversos tipos de tratamentos e até peruca, porém nada funcionou e, sem esperanças, apelou para o uso diário do boné. Tudo começou a mudar com a micropigmentação capilar.

A micropigmentação capilar é uma técnica na qual uma tinta orgânica é aplicada no couro cabeludo para simular cabelo
Arquivo pessoal
A micropigmentação capilar é uma técnica na qual uma tinta orgânica é aplicada no couro cabeludo para simular cabelo


A barbeira Brunna Rocha, especialista em micropigmentação capilar  do Societá Hair Praça da Moça, explica ao Deles que esse é um procedimento em que uma tinta é aplicada no couro cabeludo para simular um cabelo ou disfarçar a temida calvície . A micropigmentação costuma durar de dois a cinco anos e, segundo a profissional, isso vai depender da exposição solar.

“Isso é o que mais influencia, quanto mais exposto o homem estiver, menos dura, porque a tintura fica na camada da epiderme (a mais superficial da pele)”, afirma Brunna, que também deixa claro que não se trata de uma tatuagem. “Muitas pessoas compararam, mas todo o material usado é diferente. Além disso, não é algo tão profundo como a tatuagem, ou seja, não chega à corrente sanguínea.”

Sempre tive vergonha de ser careca, a gente fica traumatizado com a perda de cabelo, porque nossa vaidade está nele

O mecânico ficou sabendo da existência desse procedimento pela internet e achou interessante. “Encontrei um pessoal em Belo Horizonte que fazia a micro e só depois descobrir que tinha aqui perto de mim”, diz Platzer, que é de Diadema, região metropolitana de São Paulo. Empolgado com essa nova técnica, ele decidiu que era hora de elevar a autoestima e optou por realizar a micropigmentação capilar.

“Sempre tive vergonha de ser careca , a gente fica traumatizado com a perda de cabelo, porque nossa vaidade está nele”, conta o mecânico ao Deles . “Fiz tratamento, passei cremes, fui ao dermatologista e já uso boné diariamente há tanto tempo que nem sei mais. Tem muitos anos que tento esconder isso, gastei muito dinheiro com procedimentos, mas nada teve o efeito esperado”, acrescenta.

Antes da micropigmentação capilar, o uso do boné era diário

Antes de realizar a micropigmentação capilar, Platzer tinha vergonha de ser careca usava boné diariamente
Arquivo pessoal
Antes de realizar a micropigmentação capilar, Platzer tinha vergonha de ser careca usava boné diariamente


Depois de todas as tentativas de tratamento, o mecânico tornou o boné sua válvula de escape, mas nem sempre isso deu certo. “Quando fui casar e quando fui padrinho de casamento não pude usar o boné, e me senti extremamente envergonhado”, lembra. Como esse assunto sempre foi um motivo de incomodo, Platzer assumiu uma postura bem rígida para não escutar piadinhas por ele ser careca.  

A micropigmentação surgiu como uma nova esperança de mudar o visual do mecânico. A responsável por fazer o procedimento nele foi Brunna, que, como primeiro passo, teve a delicada missão de desenhar o que passaria a ser o “cabelo” de Platzer. “A marcação é feita com base na sobrancelha, no nariz e nas laterais da cabeça, todos esses pontos do rosto são analisados e, a partir deles, o desenho do cabelo é recriado”, explica a barbeira.

Ela conta que, no caso do cliente, havia um único fio na testa que indicava onde começava o cabelo. “Esse foi meu ponto de partida. Depois, fiz um molde de como mais ou menos ia ficar, e o João se encontrou ao se olhar no espelho”, afirma Brunna.

Como funciona a micropigmentação capilar?

Para realizar a micropigmentação capilar, o profissional analisa todos os traços do homem e cria o desenho do cabelo
Arquivo pessoal
Para realizar a micropigmentação capilar, o profissional analisa todos os traços do homem e cria o desenho do cabelo


A especialista fala que para realizar o procedimento é necessário um dermógrafo (aparelho similar a uma lapiseira usado para aplicar a micropigmentação capilar), uma agulha e uma ponteira. As tintas variam de cor e não causam reações alérgicas porque são orgânicas, contendo 70% de água na composição.

“Uso um kit desses por sessão, pois a agulha e a ponteira são descartáveis, já que tem pontos que podem sangrar. Quando sangra, não é nada demais, só significa que o pigmento não pegou”, relata a profissional.

Também é possível trabalhar com a máquina usada para fazer tatuagem, ao invés do dermógrafo. Brunna diz que isso não é algo errado ou proibido e até agiliza o trabalho, mas torna a micro mais dolorosa por possuir uma batida mais forte. O procedimento realizado em Platzer está sendo feito com o demógrafo, e ele garante que dói só um pouquinho, porque tem áreas da cabeça que são mais sensíveis, mas não é nada insuportável.


Após a primeira sessão, o mecânico já sentiu uma diferença enorme no seu visual. “Quando me vi, gostei muito! Minha esposa é bem enjoada, mas também gostou, falou que ficou diferente. Ela também ficou feliz por eu estar feliz. A Brunna é uma ótima profissional e já estou ansioso para ver o resultado final”, relata com empolgação. “Daqui umas semanas, já penso em tirar o boné na frente dos outros, algo que não faço há anos, mas a micro devolveu minha autoestima”, acrescenta.

Micropigmentação capilar é alternativa para o implante

A micropigmentação capilar pode ser feita para disfarçar a calvície e por quem não é totalmente careca
Arquivo pessoal
A micropigmentação capilar pode ser feita para disfarçar a calvície e por quem não é totalmente careca


A micropigmentação capilar é uma alternativa muito mais barata e menos complexa que o implante de cabelo. Segundo Brunna, uma das técnicas mais comuns é a que o cirurgião pega os fios (folículos) de parte do couro cabelo e transfere para outra na região da cabeça, mas fica uma cicatriz no local em que os fios foram tirados. “Depois de um implante capilar , geralmente é feita uma micro para tampar a cicatriz ou é preciso deixar o cabelo mais cheio para esconder essa região.”

Quem não é totalmente careca ou possui entradas muito evidentes também pode resolver o problema com a micropigmentação porque, de acordo com a barbeira, dá para fazer cortes modernos, como o degrade, que vão deixar o cabelo similar ao efeito da micro, que é feita em no mínimo três sessões. “Não fica pronto em um dia, porque precisa de sete dias para cicatrização”, explica.

Os cuidados após fazer o procedimento são simples e incluem ficar três dias sem lavar a cabeça após a sessão. A partir do quarto dia é necessário usar uma pomada antes e depois do banho. Brunna alerta que, para a pele não ficar manchada, o homem não pode tomar sol durante o tratamento, e o uso de protetor solar é fundamental.

Micropigmentação capilar também pode disfarçar regiões isoladas do cabelo que estão sem os fios e garantir outro visual
Arquivo pessoal
Micropigmentação capilar também pode disfarçar regiões isoladas do cabelo que estão sem os fios e garantir outro visual


Quem decidir procurar um profissional para fazer a micropigmentação deve se certificar de que o especialista fez um curso específico para isso. Brunna alerta que a micro não é como um corte e pode ser algo irreversível.

“Outra dica é verificar se a pessoa já tem trabalhos prontos, confirmar se o material é descartável e se a tinta da micropigmentação capilar não é mesma usada em tatuagens”, alerta a barbeira, que finaliza dizendo que todo cuidado é pouco porque isso mexe com a estética e a autoestima da pessoa.