
O câncer de próstata segue entre os tumores mais diagnosticados no país e deve alcançar mais de 70 mil novos casos anuais até 2025, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
A doença, que se desenvolve a partir da multiplicação desordenada das células da próstata, está diretamente relacionada ao avanço da idade.
“O câncer de próstata é um tumor maligno que tem a idade como principal fator de risco. Indivíduos com idade mais avançada acabam apresentando um risco aumentado de desenvolver essa doença, principalmente após os 40 anos”, explica o oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello.
Ele reforça que o acompanhamento regular a partir dessa faixa etária aumenta consideravelmente as chances de sucesso no tratamento.
Grande parte dos casos evolui de forma silenciosa, o que torna o rastreamento ainda mais essencial.
“Presença de sangue no sêmen, ao urinar, diminuição do jato de urina, mudança na frequência ou surgimento de dor ao urinar são alguns dos possíveis sintomas do câncer de próstata, mas nem sempre aparecem”, detalha Dr. Ramon.
Para auxiliar no diagnóstico precoce, os exames continuam fundamentais.
“Além do exame de toque, o exame de sangue que dosa a quantidade de PSA é fundamental”, destaca o especialista em reprodução humana Dr. Rodrigo Rosa.
A prevenção começa muito antes dos primeiros sinais. Hábitos saudáveis podem fazer diferença ao longo da vida.
“O mais importante é manter um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos, controle do peso e atividades sexuais regulares”, orienta Dr. Ramon.
Ele lembra ainda que fatores como histórico familiar e alterações genéticas também elevam o risco.
Quando a doença é confirmada, o tratamento é definido conforme o estágio e as características de cada paciente. As opções incluem cirurgia, radioterapia, hormonioterapia e quimioterapia, mas novas abordagens têm ampliado as perspectivas.
“Temos também métodos que têm demonstrado excelente eficácia, como terapias-alvo, o uso de fármacos radioativos como o Lutécio 177, recém-aprovado pela Anvisa, e o HIFU, procedimento que utiliza energia de ultrassom para destruir as células cancerígenas”, explica o oncologista.
Além das etapas clínicas, especialistas alertam para outro ponto sensível: a fertilidade. Homens que desejam ter filhos após o tratamento precisam se planejar.
“Os tratamentos da doença podem afetar a capacidade reprodutiva do homem. Por exemplo, a cirurgia, ao retirar a próstata, afeta a produção do líquido seminal. Já a radio e quimioterapia podem prejudicar a produção dos espermatozoides”, afirma Dr. Rodrigo Rosa.
Ele ressalta que é possível preservar a fertilidade antes do início das terapias. “Para a preservação do espermatozoide, é necessário apenas a masturbação, de preferência em várias amostras. Então, é feita a criopreservação do sêmen. Caso o homem não consiga ejacular, os espermatozoides podem ser retirados diretamente dos testículos”, completa o especialista.