O instrutor de Zumba com Síndrome de Down, Marcelo de Felipe Martins, nunca desistiu de seu sonho, e agora inspira seus alunos na sua cidade
Marcelo de Felipe Martins tem apenas 25 anos, mas já conseguiu inspirar muitos ao seu redor. Em entrevista ao Deles , ele conta como é ter síndrome de Down e ser instrutor de Zumba, além de enfatizar que desistir nunca foi uma opção.
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Marcelo, que tem síndrome de Down , sempre gostou de dançar e frequentava aulas de axé em sua academia. Entretanto, as aulas foram canceladas e, apesar de dizer ter ficado relutante no início, decidiu dar uma chancea a outros ritmos, como a Zumba.
"Comecei a interagir com o professor e com os outros alunos e me apaixonei. A Zumba conquista e realmente muda a vida de muitas pessoas", afirma.
A paixão foi tanta pela nova aula que Marcelo quis se tornar instrutor de Zumba . A ideia, no começo, foi um tanto quanto surpreendente até para os pais do rapaz.
"Meus pais, a princípio, se assustaram porque não conheciam os benefícios que o ritmo poderia me trazer. Para eles, a dança que eu fazia era só um hobby", recorda.
Como o rapaz com síndrome de Down virou professor de dança
Marcelo seguiu firme com seu objetivo de se profissionar e ser um professor de dança . Ele pesquisou mais sobre o curso de Zumba, e conseguiu convencer os pais a deixarem-no participar. "Cheguei em casa, fiz minha inscrição no site e pedi para minha grande companheira de aventuras, a minha mãe, pagar o boleto".
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Assim, ele embarcou em sua jornada para ter aulas com a especialista de educação em Zumba Ludmilla Marzano em Campinas, cidade a 110 km da sua, Espírito Santo do Pinhal, no interior de São Paulo.
Ludmila acabou virando mais uma incentivadora de Marcelo. "Ela aposta em mim desde o momento que me conheceu, afinal, sou diferente, mas não incapaz", afirma o rapaz, que diz não ver a síndrome de Down como um obstáculo.
Inspiração e exemplo para os alunos e mais
Agora, além de professor de dança, o jovem conta que também virou um dos exemplos de superação e dedicação usados pela especialista em suas palestras pela América Latina.
No entanto, sempre existem pessoas que não acreditam no potencial dos outros. Como lembra o instrutor de Zumba, alguns participantes do curso que fez com Ludmilla ficaram admirados, e até mesmo desacreditados, com o desempenho dele, porque não esperavam que ele obtivesse êxito. Novamente, a obstinação foi importantíssima para ele.
"Quando a gente quer não há barreiras, principalmente quando acreditamos que nessa jornada há um Deus que nos ajuda e nos dá sabedoria! Nunca pensei e não pensarei em desistir", crava Marcelo, que já soma cinco turmas de dança em sua cidade.
Até porque, como lembra o jovem, ser instrutor requer muito mais dedicação do que ser aluno. Para ele, ser aluno era fácil: bastava ir para as aulas, dançar e se divertir. Agora precisa fazer muito mais.
Do desenvolvimento das aulas até o aprendizado de novas coreografias, a vida de professor tem sido um desafio proveitoso para ele. "É um prazer ser instrutor e passar para os meus alunos todos os meus conhecimentos".
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Mas o que mais passa satisfação ao instrutor com síndrome de Down é a alegria dos alunos e daqueles que o apoiaram. "Ver meu salão cheio, o sorriso das minhas alunas, meus pais que apostaram em mim, me enche de orgulho e satisfação", completa Marcelo.